segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

A gestão das nossas próprias expectativas é algo, potencialmente, tão perigoso como manobrar uma granada sem cavilha.
Primeiro, no que tem de ver, diretamente, connosco próprios. A forma como pensamos e, porque não dizé-lo, como sentimos as coisas tende a variar e a flutuar conforme sopra o vento do nosso estado de espírito. E se, por norma, mantemos determinados valores, atitudes e comportamentos, mesmo esses tendem a ser mais ou menos valorizados conforme nós nós sentimos e estamos no momento.
Depois, a perceção sobre a própria exequibilidade das nossas expectativas. Se bem que, até certo ponto, está ligada a nós próprios, a exequibilidade daquilo que pensamos e queremos para nós tende a ser algo de muito mais definitivo. Definitivo, no sentido de concreto. No sentido de não depender de flutuações de humor mas daquilo que nós, racionalmente, julgamos ser, ou não, atingível. Atingível porque temos capacidade para lá chegar, atingível porque o contexto nos impede, ou não, de lá chegar.
Por último, e talvez o ponto mais sensível da gestão das expetativas, aparece a (possível) necessidade de aval ou dependência de terceiros. E é aqui que, para mim, o equilíbrio pode ser mais perturbado. Porque eu posso ter expetativas minhas, que não eepndam o meu estado de espírito. Objetivos que queira atingir. Que sejam exequíveis e que tenham lógica no contexto em que estou inserido. Se, por algum motivo, para o bem e para o mal, essa expetativa/objetivo depender, de forma direta e relacional, de uma outra pessoa, então tem todo o potenciar para ser destrutivo. Porque esta necessidade de aval de alguém não se coaduna com a necessidade e possibilidade de controlo da situação. E isto será, tendencialmente muito perigoso. Porque se não tivermos o controlo da situação, estamos a perder o equilíbrio oe as rédeas do nosso caminho.
Se as expetativas forem independentes do estado de espírito, ajustadas ao contexto e coincidentes com as ideias/expetativas de terceiros... Então tudo ótimo. Fantástico mesmo, e a vida correrá sobre rodas.
A verdade é que, feliz ou infelizmente, não é isso que ocorre na grande maioria das situações. Às nossas expectativas falta sempe um vértice destre triângulo que, não sendo amoroso, influi no nosso bem-estar.
O que fazer, então? Deixar andar, à mercê do vento? Ou então, toldar a nossa forma de ser e de estar, ainda que de forma momentânea, em virtude das expetativas, cenlas, opiniões ou forma de estar?
É que a diferença, ideológica ou mais prática, é enorme. E, sinceramente, não me parece que estejam corretas, nem uma nem outra.
A solução, a mim, parece-me simples. Nunca, jamais, abdicar das nossas expetstivas, sonhos ou ideias para o futuro. Nada seria pior do que achar que poderíamos ter feito mais, melhor ou diferente em relação a nós, ao que queremos para nós. Como tal, parece-me que a solução é NUNCA desistir das nossa expetstivas. Podemos nunca lá chegar.ms que nunca nos falte a força da esperança.
Mesmo que essas expetativas dependam de outras pessoas. O importante é fazer o nosso e ter fé que no futuro tudo resulte e encaixe.
Nem sempre é fácil. Nem sempre conseguimos sem perder um pouco de nós, da nossa essência, daquilo que nós caracteriza. Por vezes teremos de deixar tudo lá no fundo e levar a pensar que abdicámos de determinada perspetiva, expetativa ou sonho. Mesmo que, cá bem por dentrou, saibamos que não é nada assim, que não é como fazemos ou damos a entende.
Contudo, é a única solução. A única defesa que temos para chegar e preencher as nossas expetativas. É uma caminhada solitária, condenada ao insucesso. Mas se não formos nós, quem a fará?

MB

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Não é físico estar presente

É algo que se sente

Que não se explica

Mas que fica

Cá dentro em nós

Como que uma voz

Que nos fala em segredo

E nos afasta o medo

 

Mas não estar é angustiante

Não te tocar, desapontante

Não te ver, uma escuridão

Que aperta o coração

É ficar agrilhoado

Preso ao nosso fado

Ver o sol por uma janela

E não uma paisagem bela

Construída de amores

Substituída pelas dores

Dores, da tua ausência

Que me leva a essência

E me deixa sozinho

Sem ver o caminho,

Sem encontrar a saída

Não há coisa vivida

Que nos ajude nesse momento

Oh, meu Deus, eu tento

Fugir desta doença

Pensa

Que tudo vai passar

E se eu não aguentar?

Será que vou conseguir?

Dói ver-te partir

 

Tudo isto é tão duro

Porque olho, procuro

E afinal, tu não estás

Voltarás?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Tratado de Windsor

"Fora de campo", assistiram-se a cenas lamentáveis entre os 2 primeiros classificados do campeonato Português. Agressões, físicas e verbais, a torto e a direito. Do presidente aos já afamados "coletes azuis", ninguém saiu incólume. Incluindo todos aqueles que, ligados ao futebol e ao desporto, não estiveram naquele estádio. Somos todos culpados. Por outro lado, em Inglaterra, Zouma foi assobiado pelos adeptos da própria equipa depois de ter maltratado um gato. Dentro de campo, ontem tivemos campeão português frente a campeão inglês. 5-0 para estes últimos.

Dentro ou fora de campo, são "mundos" completamente diferentes. Não basta reflexão. Exige-se ação, muita ação, para com quem não consegue estar dentro delimites comportamentais minimamente razoáveis. E não vamos lá com os "castigos" que entretanto saíram. Um país "tão grande como os maiores" no futebol não pode continuar a alimentar todo este clima e toda esta impunidade.

MB

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Outra vez?

Portugal volta a vencer uma grande competição em Futsal. Tudo o que meta, perdõem-me a expressão, futebol ou derivados, Portugal dá cartas.
Mas porque não o fazemos noutras áreas? Li há tempos (aqui) um belíssimo texto que coloca, de forma clara, o porquê de ser assim no futebol e não ser assim em tantas outras áreas.
Vai, mais uma vez, tudo dar à Escola. E, consequentemente, à Educação. A escolar, e a outra.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Exemplar!

Li hoje, algures, que o Crystal Palace é o primeiro clube a disponibilizar acompanhamento psicológico aos seus (ex)jogadores, com duração de 3 anos após o término da ligação entre clube e jogador, que garantirá acompanhamento profissional e psicológico aos jogadores.
Um passo importante, que deve servir de exemplo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Superação

Domingo. 30 de janeiro de 2022. 14:00, mais coisa menos coisa. Depois de mais de 5 horas de jogo, depois de mais de 6 meses sem competição. Muletas, algures pelo meio da recuperação. COVID, em Dezembro. 35 anos. Dúvidas em relação a voltar a jogar. Possibilidade, discutida em família e com a sua entourage, de terminar a carreira.
Depois de tudo isto, dia 30 de janeiro era a final do Open da Austrália. Do outro lado da rede não estava nenhum dos habituais. Nem Federer, nem Djokovic. Do outro lado da Rede, Medvedev. Mas nem por isso mais fácil. Medvedev tinha despachado, por triplo 6-4, Djokovic no último US Open.
Joga-se a final. 2 sets a 0 para Medvedev. Nadal não recupera de uma desvantagem de 2 sets desde 2007!!! Chegou a aparecer na transmissão um gráfico que dava 4% de possibilidades de vitória a Nadal.
Fiel a si mesmo. E esta foi, para mim, a chave. Sempre fiel a si mesmo, sempre sem abdicar de si, continuou a jogar. A falhar cada vez menos. A ver o adversário a falhar cada vez mais. Ponto após ponto.
2-2 em sets. 5-4 a favor. 30-0 a favor. A dois pontos da vitória. O público sente o momento, mas Rafa também. Pareceu claudicar, Medvedev consegue o break. 5-5. O sonho tinha estado ali. Emocionalmente deve ter sido terrível. Mentalmente é impossível não sentir que o momento tinha sido ali. 5-5, Medvedev a servir. Break, Nadal.
2-2 em sets. 6-5 a favor. 30-0, a favor. Não ia deixar fugir uma 2a oportunidade...
Domingo. 30 de janeiro de 2022. 14:00, mais coisa menos coisa. Nadal vence o Open da Austrália. Um exemplo de superação. De resiliência. De crença em si. Um exemplo que devemos levar. Para o desporto e para a vida.

Viagem 3 - Serra de Béjar

Estava prometido ao G que ele este ano iria ver neve pela primeira vez. Viagem adiada pela falta de neve, mas neste fim-de-semana foi de vez...